Justiça

Após seis anos, Marcelo Malizia Cabral deixa a direção do Foro

Magistrado abriu mão de concorrer a mais um mandato e faz balanço do período à frente da comarca de Pelotas

Jô Folha -

“Eu amo meu trabalho”. Assim resumiu o juiz Marcelo Malizia Cabral em seu último dia à frente da direção do Foro da Comarca de Pelotas. Nesta sexta-feira (27), em solenidade a partir das 14h30min, o juiz Ricardo Hamilton toma posse na vaga que nos últimos seis anos foi ocupada por ele, um dos mais longevos no Estado. O cargo é por indicação da presidência do TJ-RS e Malizia Cabral optou por não lançar candidatura para seguir na posição, pois acredita que é momento de dedicar-se a outros projetos e permitir que outro magistrado implemente suas ideias na instituição.

Agora, o magistrado irá dedicar-se à comarca de Pedro Osório, onde iniciou a carreira e hoje é juiz substituto, ao Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) e à primeira vara cível de Pelotas, onde atua como juiz de Direito. Confira, abaixo, um resumo da conversa que ele teve com o Diário Popular sobre os seis anos na direção do Foro.

Aproximação da comunidade
Malizia Cabral diz que o principal feito de sua gestão foi colocar o Judiciário à disposição da comunidade. “O Poder Judiciário é uma instituição prestadora de serviços”, resume. Ele destaca parcerias com instituições e programas solidários, como a distribuição de refeições durante a pandemia, a arrecadação de doações de roupas e alimentos para pessoas carentes e a implementação de programas. Entre estes, aponta a criação da Central de Atendimento ao Público, que apresenta índices de satisfação em torno de 92%, segundo as pesquisas internas.

O magistrado destaca também projetos em bairros periféricos e feitos como os projetos Ronda da Cidadania e Justiça na favela, visitas guiadas ao Foro, círculos de paz em escolas, casamentos coletivos, entre outros. “As pessoas em vulnerabilidade social e econômica são as que mais precisam da Justiça”, pontua.

Parcerias
Ele aponta que ter participado da criação do Pacto Pelotas Pela Paz foi um dos grandes legados de sua gestão, implementado junto de diversas outras instituições, sendo ele representante do Judiciário. “Resultou numa redução [de homicídios] histórica, que é exemplo para o mundo”, analisa, contando que palestrou até em Nova Iorque há poucos dias para contar da diminuição em mais de 80% do índice de mortes violentas nos últimos quatro anos no município. Outro ponto ressaltado pelo magistrado é a aproximação com demais órgãos da área jurídica, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a recepção a advogados e a criação de canais internos de diálogos.

Modernização
Um dos legados internos que Malizia Cabral diz se orgulhar é o programa de digitalização dos processos, que já está quase concluído. Dos 103 mil processos em tramitação na comarca de Pelotas, 92 mil já são digitais - o que facilita o trabalho para todas as partes envolvidas, além de gerar economia no uso de papéis.

Perfil
Juiz mais jovem a tomar posse no Rio Grande do Sul, com apenas 23 anos, Marcelo Malizia Cabral tem 50 anos e é natural de Pelotas. Estudou em instituições públicas da cidade e formou-se pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 1994. No ano seguinte assumiu como juiz de Direito na comarca de Pedro Osório, onde ficou até 2007, quando foi promovido a Pelotas. Participou da autoria de livros, artigos científicos e leciona no curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Foi diretor do Foro de Pelotas entre 2016 e 2022.

Ele projeta dedicar-se exclusivamente ao trabalho em Pelotas e Pedro Osório e almeja, no futuro, ser desembargador do Estado. Questionado sobre alçar voos a nível federal, descartou a possibilidade, declarando amor à Justiça gaúcha.

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